Victor Valadão

Victor Valadão, 30, mineiro, criado por seus pais entre os estados do Pará e Ceará, cresceu assistindo Jamie Oliver, Nigella Lawson, Felipe Bronze e Claude Troisgros na tevê, mas sua conexão com a cozinha começa muito antes, com as mulheres de sua vida. “Minha diversão quando criança era ver minha mãe, uma das melhores cozinheiras que se pode imaginar, em ação. Ela e minhas avós Glória e Alacir me proporcionaram uma vivência gastronômica e de hospitalidade única”, lembra ele.

Alimentado pelas histórias de recepções, banquetes, mesas fartas e o carinho com os clientes do restaurante que a família chegou a ter em Belo Horizonte na década de 90, Victor cresceu testando receitas e sonhando em ter seu próprio negócio na área. Mas a influência familiar (seus pais e irmão são formados em Direito) o levou à faculdade de Direito, opção abandonada na metade do curso para deixar a vida seguir seu curso natural. “Estudava Direito pensando em juntar dinheiro para ter um restaurante. Então, entendi que estava no caminho mais longo para alcançar a felicidade.”

Em 2014, mudou-se de Fortaleza para Belo Horizonte para estudar Gastronomia na Estácio de Sá. Trabalhou em um boteco tradicional na cidade antes de estagiar com Felipe Rameh e Fred Trindade no restaurante Trindade e, em seguida, se mudar em 2015 para São Paulo e trabalhar no restaurante de vanguarda D.O.M., do chef Alex Atala.

Decidido a aprofundar ainda mais seus conhecimentos, entrou na Universidade Anhembi Morumbi para continuar sua graduação e foi trabalhar com o chef Alberto Landgraf no Epice, onde encontrou seu estilo e vocação. Com o fechamento da casa, levou suas facas para o Tuju, de Ivan Ralston. No Tuju, dividiu praças e funções com seu parceiro Caio Yokota, que anos mais tarde lhe apresentaria Duilio Lin e a proposta de compartilhar a cozinha do Mapu, no momento em que o negócio passava de food truck a restaurante com endereço fixo.

Juntos, lançaram-se a pesquisar profundamente a cultura e culinária taiwanesa, culminando em uma viagem a Taiwan para conhecer de perto os ingredientes, texturas e técnicas locais. Experiências e aprendizados que serviriam de base para o recém-inaugurado restaurante Aiô. “Depois de quatro anos de Mapu, abrir o Aiô foi um desafio importante, uma oportunidade que criamos pra ter mais liberdade e espaço para usarmos nossa força criativa e nos consolidar no mercado gastronômico.