Fatmata Binta

A Chef Fatmata Binta, nascida e criada em Freetown, Serra Leoa, vem de uma família Fulani de descendência guineense. Profundamente enraizada na rica cultura, tradições e culinária dos Fulani, o maior grupo nômade da África Ocidental e Central, sua trajetória culinária é uma homenagem à sua herança, o que a elevou ao reconhecimento internacional.
A visão culinária da Chef Binta convida os convidados a embarcarem em uma jornada sensorial pelos olhos das mulheres indígenas, celebrando ingredientes africanos muitas vezes esquecidos. Suas extensas viagens e colaborações com renomados chefs ao redor do mundo expandiram seu repertório, mesclando sabores africanos tradicionais com técnicas culinárias inovadoras.

Entre suas muitas conquistas, Chef Binta foi premiada com o prestigiado Prêmio Basco de Culinária em 2022 e o Prêmio Melhor Chef Estrela em Ascensão em 2021. Como Embaixadora das Nações Unidas para o Turismo Responsável, ela usa sua plataforma para promover práticas alimentares sustentáveis. Em 2020, fundou a Fulani Kitchen Foundation, uma iniciativa focada na promoção da segurança alimentar e no empoderamento das mulheres. Com o apoio do Prêmio Basco de Culinária, Chef Binta equipou sua fundação com máquinas que ajudam mulheres no norte de Gana a colher fonio, um grão ancestral resiliente, impulsionando tanto a produção local quanto o alcance global.

No coração da missão da Chef Binta está seu restaurante nômade, “Dine on a Mat”. Este conceito de jantar único convida os convidados a saírem dos padrões tradicionais de refeição e se imergirem nos diversos sabores da culinária indígena africana. A experiência oferece um menu de cinco pratos inspirados em ingredientes indígenas, complementado por bebidas tradicionais, uma cerimônia de chá e contação de histórias, que proporcionam uma visão profunda da gastronomia e dos sistemas alimentares africanos.

“Dine on a Mat” é muito mais do que uma experiência culinária, é uma troca cultural. Os convidados se sentam em esteiras, compartilhando pratos comunitários, fomentando conexão e comunidade. Essa abordagem quebra as formalidades da alta gastronomia, permitindo que o foco permaneça nos ricos sabores dos alimentos e na experiência coletiva.

O compromisso inabalável da Chef Binta com os sistemas alimentares indígenas e a sustentabilidade se reflete em seu trabalho em toda a África rural, onde adquiriu conhecimentos valiosos de mulheres indígenas em suas cozinhas. Ela defende o fonio, promovendo seu papel na segurança alimentar. Em Gana, trabalha em estreita colaboração com produtores de fonio, esforçando-se para empoderá-los enquanto garante práticas de produção sustentáveis. Suas iniciativas globais, como o desafio de chefs com a FAO, visam integrar milhos como o fonio nas cozinhas ao redor do mundo.

Em abril de 2024, a FAO e a Chef Binta lançaram um novo projeto dedicado ao apoio às mulheres produtoras de fonio em Gana, oferecendo treinamentos especializados para melhorar suas habilidades, produtividade e renda. Em janeiro de 2024, ela fez parceria com o Banco Mundial para a série “TasteOfChange” no Instagram, onde apresentou sua exclusiva receita de Fonio Jollof.

Olhando para o futuro, a Chef Binta está desenvolvendo uma Vila de Patrimônio Culinário em Gana. Este projeto ambicioso busca expandir a experiência “Dine on a Mat” em uma iniciativa comunitária mais ampla, preservando e promovendo práticas culinárias tradicionais. A vila servirá como um centro educacional, onde os visitantes poderão aprender sobre a história, ingredientes e técnicas da culinária indígena africana e apreciar o significado cultural desses alimentos.

O trabalho da Chef Binta é um poderoso testemunho da capacidade da comida de unir pessoas, celebrar a diversidade cultural e promover a sustentabilidade. Através do “Dine on a Mat”, ela não apenas compartilha as ricas tradições culinárias dos Fulani, mas também empodera mulheres e aprofunda a apreciação global pelos sistemas alimentares indígenas.

O Tema de Fatmata Binta no Mesa Tendências 2024 será: “Caminhos Alimentares Fulani” Os sistemas alimentares indígenas estão entre os mais sustentáveis, resilientes e únicos do planeta.

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